Como eu já referi em capítulos anteriores, eu já sou do tempo da salve rainha........e desta feita ponho-me a pensar nos meus tempos de garota, em que não havia nada, mas rigorosamente nada, zero, bola, NIENTE.
Não havia cá TV por cabo com uma carrada de canais , nem Internet, nem playstations e todas essas tretas relacionadas. Sou do tempo em que a canalhada brincava na rua com paus, pedras e tudo o que existisse nas ruelas de terra batida, todo o tipo de porcaria servia, não éramos nada esquisitos!! Ainda me lembro de jogarmos à "latinha" com uma simples lata de laca que era chutada para os quintos dos infernos de modo a que a canalhada se fosse esconder. Cum camandro, e o jogo da "bilharda"!!! Genial, tínhamos que esgravatar com um pau bem resistente, o sítio do adversário como se não houvesse amanhã, enquanto ele ia buscar um pau que era atirado para longe, velhos tempos.
As próximas imagens elucidam bem a espectacularidade das coisas que existiam na minha infância!
O maior luxo que se poderia ter:
Mas estão doidos, isto no meu tempo era uma máquina do caraças, prenda de um tio que estava no estrangeiro, foi a LOUCURA. Ainda me lembro que quando o raio das cassetes dos jogos não davam, a gente tirava-a e bufava-lhe, era remédio santo, é que aquela merda dava logo. Que técnicas! Passado estes anos todos ainda a tenho, como relíquia, apesar de já não funcionar.
E atão o que dizer desta preciosidade, o Game Boy e a Brick Game (tetris). Nunca tive nenhum Game Boy,era demasiado luxuoso para mim nesse tempo, mas tive uma Brick Game, recebida no Natal. Alucinei, fiquei em êxtase.
Reparem então só neste achado, mas atenção era a cores! Faz toda a diferença e nessa altura ter um aparelho destes com imagem a cores era mesmo um verdadeiro LUXO. Não tinha comando, mas que se lixe, tinha uns botões espectaculares que faziam estalinhos quando se mudava de canal. Muito mais à frente.
E o que dizer do sistema de som na altura! Amava. Ainda me lembro de ouvir musiquinhas da treta em cassetes compradas na feira. E quando o rádio começava a "papar" a fita!!! Era o drama, tirava-a com muito cuidadinho e depois enrolava-a com um dedo ou com um lápis, de forma a que ficasse como estava. Quando o raio da fita da cassete se lixava de vez, não era problema, o meu avô leva- a pra horta e estendia-a por toda a cultura de couves e afins pra espantar os pardais.
A grana
No meu tempo (e no tempo de muita gente) a moeda em circulação era o ESCUDO. A beldurnagem apelidava-a de paus: 100 paus, 5 paus, 500 paus....... Ainda me lembro de rapinar as moedas de dois e quinhentos ao meu avô para ir comprar chiclas, sim nesse tempo chamam-se assim, não era cá plastilhas. Com vinte paus fazia uma festa, jogava matrecos! Era um mimo pedir para destrocar 100 paus em moedas de 20 para poder jogar.
Os vícios:
As míticas pastilhas GORILA: grandes e de sabor prolongado. Na altura era capaz de andar o dia todo com uma na boca que não me cansava. Curiosamente as mesmas que o Jorge Jesus usa!
Os sugus, que os comia no virar de um olho. Depois pedia outro pacote à minha mãe e ela dizia " quem te mandou comê-los todos, isso dava-te para uma semana".
OS FÁS! Geladinhos de gelo com sabores, que eram comprados na tasca cá da terra a um preço de 15/20 paus, um balúrdio para o nosso orçamento. LOL
A verdadeira loucura na altura.
Tom Sawyer: DO BEST!
Dartacão: "eram uma vez os três, os famosos moscãoteiros, o pequeno Dartacão e os seus companheiros..."
Velhos tempos, pobres mas felizes!
A.L.